domingo, 18 de abril de 2010

...hoje é dia do livro...


Desde minha infância estas comigo
Sempre por perto a me ajudar
E mesmo no silêncio ou distância
Cumpre seu amor em partilhar.

Não és anjo nem um deus a me cuidar,
Mas é a voz daqueles que,
de uma forma ou de outra,
Chegam até nós em forma de palavras - sua voz!

Em toda a humanidade,
és com certeza uma das maiores riquezas!
Não quero nunca te deixar de lado,
mas se por um acaso,
quando eu na tenra idade,
não puder mais com meus olhos te ler,
que venha então um anjo e possa
ler para mim suas histórias,
meu amigo, livro, pois gosto muito de você!

Pequena homenagem a Monteiro Lobato, que acompanhou minha infância com suas histórias fantásticas, e ao Dia Mundial do Livro.

Bjs a todos que passarem por aqui ;)

sábado, 10 de abril de 2010

...arrumando a casa...


"Minha casa é uma casa pequenina
Cabem cinco mas abriga muito mais
Nas janelas tem um jogo de cortinas
Que tremulam qual bandeira pela paz."

Quando eu era criança gostava de brincar de 'casinha' com minhas amigas, primas, minha irmã e até meu primo Tuca. Minha parte preferida era arrumar, colocar as coisas no lugar, varrer e depois fazer 'comidinha' e brincar com as bonecas.
Fazíamos casinha em qualquer lugar: embaixo de árvores, nas pilhas de tijolos ou madeiras, embaixo dos pés enormes de aipim/mandioca, no viveiro de passarinhos do meu pai, no quarto, na sala, em baixo da mesa da cozinha... era aquele leva e trás de toalhas, lençóis (para fazer as paredes e o teto), almofadas, tapetes...

"Minha casa fica perto de outras casas
E na rua brincam trinta ou cem crianças
Na varanda, meus compadres e comadres
Tiram prosa repartindo as esperanças."

Embora tenha crescido junto com meus avós também, em um lugar que era meu 'sítio do pica-pau amarelo', nunca tive uma casa na árvore. As vezes que lá subia era para brincar de se esconder, para conversar com meu primo Tuca ou para pegar frutas.
Mas, nossa brincadeira de casinha era coisa séria, tínhamos responsabilidades por elas como gente grande mesmo. Nos visitavamos, cuidavamos dos nossos 'filhos', que as vezes eram as bonecas ou alguma criança mais nova. Acho que é por isso que quando crescemos falamos as verdades em tom de brincadeira porque na infância a brincadeira é levada a sério, faz parte do desenvolvimento da criança.

"Meu Senhor do céu
Que às aves deste um ninho
Onde sempre elas abrigam seis ou mais
Eu sou pobre, mas sou como os passarinhos
Tenho casa onde a gente vive em paz."

Quando fazíamos cabana eu lembro que mal podíamos entrar dentro delas de tão pequenas que eram e então ficávamos ao redor, mas era como se estivessemos lá dentro. Na verdade ela existia dentro dos nossos corações e era tão bom se reunir ali. Nunca ficavamos sozinhos.

Hoje, já crescida, vejo o quanto arrumar a casa é importante, não só para a aparência estética dela mas principalmente para que em seu interior cada coisa ocupe o seu lugar certo e haja uma harmonia.
A nossa 'casa-coração' é um lugar assim, que constantemente precisa ser arrumado, cuidado, arejado, com paredes claras, fogo no fogão a lenha para aquecer quando for frio e de brisa suave quando for verão ou primavera...ah, e com muitas flores, indicando que ali há vida.

Estou arrumando minha casa-coração. Como por aqui estamos na estação do frio, faço fogo no fogão a lenha e coloco pinhão na chapa... e o café é coado na hora para que o cheiro e o gosto sejam originais. Ela está aberta, embora a porta esteja encostada. E quem vier, de onde vier, que venha em paz!

Bjs na casa-coração de todos que passarem por aqui ;)

Obs.: Este post é em homenagem ao senhor Jota e sua filha Sandra, eles sabem porque =)
Os versos que coloquei são da música Aconchego, do padre Zezinho. Quem quiser ouvir e ver o vídeo, segue o link:
http://www.youtube.com/watch?v=45mHuQbA0ng