
Lá, na estação da minha infância, quando a primavera desabrochava,
eu lembro que na floresta onde ficava a casa dos meus avós,
eu adorava andar entre as árvores para ver as portas do céu
que se abriam bem de manhãzinha quando o sol ia nascendo.
Eu via seus raios se espreguiçando por entre aquelas enormes Imbúias e imaginava que Deus havia aberto as portas do céu...
E na minha imaginação eu entrava e passava meus dias de férias lá, com Ele.
Eu subia em árvores, comia frutas do pé, apreciava as
flores do campo,brincava com os girinos no rio
e com os terneirinhos nos campos.

Meus avós me davam a mão e meu primo Tuca
foi meu anjo companheiro
naquele pedacinho de céu a brincar comigo.
Desde então, cada vez que vejo os raios do sol por entre árvores,
nuvens e flores, lembro das portas abertas do céu
que eu entrava na estação de minha infância e brincava com Deus.
Hoje, na estação da vida cotidiana, continuo vendo as portas do céu se abrindo através do amor que meus pais sentem por mim, do sorriso das crianças e de
suas palavras tão espontâneas e verdadeiras, da presença dos amigos/as que "brincam de viver" comigo, do meu trabalho que me santifica e que me ajuda a partilhar a vida, da naturaza (pois eu não sei o que seria de mim sem o mar, as flores, os pássaros, as estrelas...), das palavras - que eu tanto amo, do silêncio do meu ser que por amor se alegra e se entristece, sorri e chora.
E em meio a tudo isso vejo que Deus cresceu comigo,
mas seu amor e paciência continuam iguais,
como a de minha mãe que ensinou a dar os primeiros passos
e de meu pai que me ensinou a andar de bicicleta =)
Ele nunca vai desistir de mim, de nós...
e as portas do céu continuarão abertas, sempre, a nos esperar.
Basta sabermos olhar!
Um abraço a todos que passarem por aqui!