
Eu tenho uma admiração por árvores e sempre foi assim...
Desde criança elas despertavam a minha atenção e, na primeira oportunidade que eu tinha, lá estava eu subindo em uma delas. Não lembro de ter caído nenhuma vez, o que lembro é do vento que soprava forte sobre elas e fazia com que elas falassem, cantassem... e eu adorava aquilo! Corria para fora de casa para escutar o barulho que as folham faziam ao se tocarem e ficava fascinada, era como música para minha alma.
Certa vez escutei, então, uma canção que dizia assim: "Se ouvires a vóz do vento chamando sem cessar...", e me perguntei:
- De quem é na verdade o sussurro que ouço: das árvores ou do vento?
E foi o tempo, com sua paciência e eternidade, quem veio me mostrando que a vóz que ouço, as canções e sussurros são de ambos e que a minha alma também tem muito deles.
Hoje, onde trabalho há muitos Eukaliptos e quando o vento sopra violento sobre eles sinto que minha alma se fortalece como aquelas raízes, mesmo que até se dobre, mas sinto que ela se firma mais e mais com a força que enfrenta.
Mesmo o vento gelado, esse que mora na noite, quando o sinto tocar em meu rosto percebo o quanto sou forte, o quanto sou capaz de enfrentar... sempre moldada pelas contrariedades da vida e encorajada pela mesma.
É isso que ouço!
E que os ventos sejam ouvidos e enfrentados, venham eles de onde vier!
Um beijo a todos!