domingo, 13 de junho de 2010

...o outro lado do amor...


O amor tem um lado onde teoricamente se fala através de palavras tão bonitas,
mas que na prática essas palavras não alcançam o real sentido do que é vivê-lo, senti-lo.

Amor que conquista espaço em nossa vida através de alguém - mas esse alguém de repente vai embora - e fica o sentimento... fica o amor.

O caminho agora faz-se solitário - embora diga-se que quem ama nunca está sozinho porque o amor sempre o acompanha. Mas aqui é o outro lado do amor que fica só com quem segue amando.

Companheiro que aí revela sua faca escondida sobre suas asas, como bem disse uma vez Gibran ao descrever o amor. E dói... como dói!

Caminhos de deserto é o que sente-se percorrer, com o coração faltando um pedaço... Mas o amor que fica nos lembra que até no deserto Deus alimentou seus filhos e assim fará também com nossos corações.


Meu abraço aos que passarem por aqui...

sábado, 29 de maio de 2010

...amor despertado...

Certas cenas tem a capacidade de nos encantar tanto que nos fazem experimentar nossos sonhos antes de eles se realizarem. As crianças, em geral, tem esse poder sobre mim, deixam-me encantada. Ontem eu conheci uma 'pessoinha' de 5 anos que me olhou por entre as poltronas do ônibus universitário toda curiosa para ver quem dormia e se deparou com meu olhar sobre ela. Sua reação imediata foi se abaixar... mas depois ela tornou a olhar. Era delicadamente linda, como todos as crianças, mas magestosamente parecia uma princesinha, dessas que tem traços fortes de sua personalidade em todo o modo de se expressar. Meu instinto materno foi despertado por ela e experimentar esse amor é uma das coisas mais lindas de se sentir.

Após alguns instantes ofereci a ela um doce que havia em minha bolsa - o qual ela não relutou em aceitar. Sua irmã - uma universitária - estava com ela e começou a me contar um pouco sobre ela. A pequena foi fazer companhia a irmã porque sua mãe havia ido viajar aquele dia e ela gostou da idéia de ir com a irmã para a 'aula'...=)
Foi muito bonito o que ela despertou em mim... tão pequena e com um poder tão grande.

Um abraço de retorno a todos que passarem por aqui... senti saudades ;) Bjs no coração de cada um!!!

sábado, 8 de maio de 2010

...deixo flores...


...deixo flores porque estarei ausente por um tempo.

Um abraço no coração de cada um que por aqui passar!

domingo, 18 de abril de 2010

...hoje é dia do livro...


Desde minha infância estas comigo
Sempre por perto a me ajudar
E mesmo no silêncio ou distância
Cumpre seu amor em partilhar.

Não és anjo nem um deus a me cuidar,
Mas é a voz daqueles que,
de uma forma ou de outra,
Chegam até nós em forma de palavras - sua voz!

Em toda a humanidade,
és com certeza uma das maiores riquezas!
Não quero nunca te deixar de lado,
mas se por um acaso,
quando eu na tenra idade,
não puder mais com meus olhos te ler,
que venha então um anjo e possa
ler para mim suas histórias,
meu amigo, livro, pois gosto muito de você!

Pequena homenagem a Monteiro Lobato, que acompanhou minha infância com suas histórias fantásticas, e ao Dia Mundial do Livro.

Bjs a todos que passarem por aqui ;)

sábado, 10 de abril de 2010

...arrumando a casa...


"Minha casa é uma casa pequenina
Cabem cinco mas abriga muito mais
Nas janelas tem um jogo de cortinas
Que tremulam qual bandeira pela paz."

Quando eu era criança gostava de brincar de 'casinha' com minhas amigas, primas, minha irmã e até meu primo Tuca. Minha parte preferida era arrumar, colocar as coisas no lugar, varrer e depois fazer 'comidinha' e brincar com as bonecas.
Fazíamos casinha em qualquer lugar: embaixo de árvores, nas pilhas de tijolos ou madeiras, embaixo dos pés enormes de aipim/mandioca, no viveiro de passarinhos do meu pai, no quarto, na sala, em baixo da mesa da cozinha... era aquele leva e trás de toalhas, lençóis (para fazer as paredes e o teto), almofadas, tapetes...

"Minha casa fica perto de outras casas
E na rua brincam trinta ou cem crianças
Na varanda, meus compadres e comadres
Tiram prosa repartindo as esperanças."

Embora tenha crescido junto com meus avós também, em um lugar que era meu 'sítio do pica-pau amarelo', nunca tive uma casa na árvore. As vezes que lá subia era para brincar de se esconder, para conversar com meu primo Tuca ou para pegar frutas.
Mas, nossa brincadeira de casinha era coisa séria, tínhamos responsabilidades por elas como gente grande mesmo. Nos visitavamos, cuidavamos dos nossos 'filhos', que as vezes eram as bonecas ou alguma criança mais nova. Acho que é por isso que quando crescemos falamos as verdades em tom de brincadeira porque na infância a brincadeira é levada a sério, faz parte do desenvolvimento da criança.

"Meu Senhor do céu
Que às aves deste um ninho
Onde sempre elas abrigam seis ou mais
Eu sou pobre, mas sou como os passarinhos
Tenho casa onde a gente vive em paz."

Quando fazíamos cabana eu lembro que mal podíamos entrar dentro delas de tão pequenas que eram e então ficávamos ao redor, mas era como se estivessemos lá dentro. Na verdade ela existia dentro dos nossos corações e era tão bom se reunir ali. Nunca ficavamos sozinhos.

Hoje, já crescida, vejo o quanto arrumar a casa é importante, não só para a aparência estética dela mas principalmente para que em seu interior cada coisa ocupe o seu lugar certo e haja uma harmonia.
A nossa 'casa-coração' é um lugar assim, que constantemente precisa ser arrumado, cuidado, arejado, com paredes claras, fogo no fogão a lenha para aquecer quando for frio e de brisa suave quando for verão ou primavera...ah, e com muitas flores, indicando que ali há vida.

Estou arrumando minha casa-coração. Como por aqui estamos na estação do frio, faço fogo no fogão a lenha e coloco pinhão na chapa... e o café é coado na hora para que o cheiro e o gosto sejam originais. Ela está aberta, embora a porta esteja encostada. E quem vier, de onde vier, que venha em paz!

Bjs na casa-coração de todos que passarem por aqui ;)

Obs.: Este post é em homenagem ao senhor Jota e sua filha Sandra, eles sabem porque =)
Os versos que coloquei são da música Aconchego, do padre Zezinho. Quem quiser ouvir e ver o vídeo, segue o link:
http://www.youtube.com/watch?v=45mHuQbA0ng

domingo, 14 de março de 2010

...um pouco sobre o mar e as palavras em minha vida...


Tenho muitas paixões em minha vida e duas delas são o mar e as palavras.

Com o mar descobri que para se feliz é preciso mergulhar fundo na vida e não se contentar só com a superficialidade e nem guardar nada para si pois as ondas não perdoam nosso egoísmo. Quando escondo meus sentimentos enterro pérolas na areia sem nunca saber se são verdadeiras ou não. O mar me ensinou também a ser ousada na busca da verdade e, no contemplá-lo, aprendi a sonhar, e sonhando senti que meu sonho deve ser maior do que a minha vida para assim eu ter coragem de perdê-la por ele se preciso for.

Com as palavras descobri um silêncio fecundo: ao mesmo tempo em que me sinto muda se não escrevo também acho que falo demais se não ouço os outros.
Nas suas construções aprendi a brincar com elas e nessa brincadeira descobri um jeito novo de falar de amor. Encontrei, talvez, a arte da minha originalidade escondida em cada letra encontrada com seu par perfeito para assim formarem as palavras e frases que eu quero dizer diante do que eu vejo, sinto e vivo.

Quando criança, viajei muito num Barquinho Amarelo imaginando e se apaixonando pelas histórias que a professora contava na escola. Foi aí que tudo começou...

Quando adolescente declarei meu amor ao Egito numa história submersa sobre as águas do rio Nilo, o que me levou a conhecer mais sobre essa civilização e eu mesma. Ficção e história se encontraram em O Segredo do Nilo.

Quando jovem comecei a falar de amor e em Levei meu Amor ao Silêncio partilhei meus sentimentos de anos guardado, como num conto de fadas. Mas o príncipe virou sapo.

Agora, já adulta, celebro minha vida com todas as minhas histórias em Os Segredos do Mar – história e poesia, onde somente o real conta a sua história. A ficção ficou para traz.

E aqui neste blog as histórias continuam a nascer, prosseguindo a celebração diária de minha vida.

Obrigada, Pai... eu também te amo!

Bjs a todos que passarem por aqui!

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

...meu cajado...


Um símbolo forte que marcou minha infância foi o cajado. Toda vez que eu entrava na floresta da casa dos meus avós a primeira coisa que eu fazia era procurar um. Sempre era um pouco acima de meus ombros e me servia para abrir caminho, para me defender das vacas ou do mato alto a minha frente. Também cutucava os formigueiros das formigas "sasaras", que eram enormes ou até para tirar alguma fruta das árvores!

Gostava de sair no mato de manhãzinha, entrando nas portas do céu que o sol mostrava entre as árvores. Meu cajado era uma segurança para caminhar até elas. Meu primo e companheiro de aventuras, o Tuca, não tinha essa mania, o que ele fazia era subir rápido em árvores caso algum perigo surgisse. Eu me defendia com o cajado!

Corria os campos, saltitava pelas estradinhas, caminhava curiosa em meio ao mato... e meu cajado era também meu companheiro, meu brinquedo =)Ele era como uma extenção de meu corpo, meu braço, minha mão, meu dedinho de criança e seu toque nas coisas era quase que mágico. Nunca pensei na imagem de Jesus, o Bom Pastor, naquele tempo... nem sabia que Jesus também tinha seu cajado, como aparece nas imagens.

Até hoje tenho este costume de ter um cajado a mão cada vez que vou fazer alguma trilha ou mesmo quando retorno a casa de meus avós e vou andar no mato. E sempre tem um lá, me esperando! Hoje vejo como um símbolo de fé.

Um beijo a todos que passarem por aqui!

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

A cruz do Haiti...

Lendo o blog de um amigo meu encontrei este texto de um padre sobre a tragédia que aconteceu no Haiti. Lembrei, lendo o texto, de madre Teresa de Calcutá... ela fazia poesia em meio a tanta vida trágica...mas ali ela encontrava motivos para viver e nos mostrava que Deus está em todo lugar e em toda forma de vida.
Que tenhamos, então, olhos para perceber isso também e coragem para ir ao encontro de Deus em todo lugar. Amém!

O CRUCIFIXO DO HAITI
Acabo de ver a imagem do Crucifixo da Igreja Sacre Coeur du Tugeau, no Haiti, exibida pelo Fantástico, programa da Rede Globo. O templo sagrado desabou e restou aquele Crucifixo, quase intacto, grande, erguido, exposto aos olhares que banham de lágrimas as noites haitianas. As pessoas param em frente a ele, choram e rezam. Esta imagem provoca o ser pensante. Por que foi assim? Por que aquele Crucifixo resistiu ao equivalente a 30 bombas nucleares como a de Hiroshima? E Cristo ficou ali. Parece ser aquela Sexta-Feira Santa, em Jerusalém, no alto do Calvário. Pus-me a pensar e contemplar a chocante cena. Abri as Sagradas Escrituras e pus-me a ouvir o Senhor. O Filho do Homem permaneceu naquele lugar, representado pela imagem, para dizer aos sofredores haitianos que eles não estão sozinhos. Jesus Cristo está crucificado com eles e eles com Cristo. “Suas dores são minhas dores; suas lágrimas são minhas lágrimas; seu sangue é o meu sangue. Estou na cruz despido, como vocês que agora se encontram despidos de tantos bens.” Como disse o Profeta Isaías: “a verdade é que ele tomava sobre si nossas enfermidades e sofria, ele mesmo, nossas dores” (Is 53,4). Os braços do Filho de Deus permaneceram abertos em Porto Príncipe para acolher o clamor de homens e mulheres transpassados pela lança da destruição, da fome, da sede, da perda de esperanças. O lado aberto do Cordeiro de Deus ficou ali, às margens da rua destruída, para dar descanso e consolo aos que ainda gritam por socorro debaixo dos escombros de uma cidade cujo concreto tombou sobre vidas cheias de sonhos. “Vinde a mim todos vós que estais cansados e fatigados sob o peso dos vossos fardos e eu vos darei descanso” (Mt 11,28). O Crucificado resistiu às forças cósmicas para dar refúgio e abrigo aos que vagueiam pelas ruas sem destino. O Crucifixo do Haiti foi mais forte que o terremoto para manter viva na mente e coração dos que por aquela rua passarem a boa notícia: “prova de amor maior não há, que doar a vida pelo irmão” (Jo 15,13). Ali ficou uma imagem sagrada feita de matéria, porém, ao seu lado, ficaram os corpos de homens e mulheres, que viveram até o fim o Mandamento Novo. Eles foram imagens vivas do Bom Pastor que dá a vida por suas ovelhas. Trata-se da Dra. Zilda Arns e quinze sacerdotes presentes naquela igreja no momento da tragédia. Eles estavam juntos porque queriam amar intensamente as crianças daquela nação que esperavam por vida e vida em abundância. O Crucifixo do Haiti permanece erguido e o Espírito de Deus fala aos corações das pessoas de bem que salvam aquela sofrida gente. “Pois eu estava com fome e me destes de comer; eu estava com sede e me destes de beber; eu era estrangeiro e me recebestes em casa; eu estava nu e me vestistes; eu estava doente e cuidastes de mim; ... Todas as vezes que fizestes isso a um dos menores de meus irmãos, foi a mim que o fizestes!” (Mt 25, 35-36.40). O Crucificado ressuscitou e enviou do Pai o Espírito Santo renovando todas as coisas. Ele ficou naquela destruída rua para dizer: “Coragem, eu venci o mundo” (Jo 16,33). Em meio ao caos da maior tragédia enfrentada pela ONU, há esperança, a luz dissipa as trevas em cada pessoa resgatada com vida, e em cada criança amparada. E o brilho volta a resplandecer nos olhos que agora choram os mortos. É a força criativa e reconstrutora do Amor estampada no Crucificado do Haiti.


Padre Francisco Agamenilton Damascena
Vice-reitor do Seminário Diocesano São José
Uruaçu - GO

Abraços aos que passarem por aqui e pedidos de preces por esses nossos irmãos!

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Uma poesia especial...

Esse poema foi escrito por um aluno da APAE, chamado, pela sociedade,de excepcional. Excepcional é a sua sensibilidade!!!!!
Ele tem 28 anos,com idade mental de 15.

Ilusões do Amanhã

'Por que eu vivo procurando um motivo de viver,
Se a vida às vezes parece de mim esquecer?
Procuro em todas, mas todas não são você.
Eu quero apenas viver, se não for para mim que seja pra você.
Mas às vezes você parece me ignorar, sem nem ao menos me olhar,
Me machucando pra valer.
Atrás dos meus sonhos eu vou correr.
Eu vou me achar, pra mais tarde em você me perder.
Se a vida dá presente pra cada um,o meu, cadê?
Será que esse mundo tem jeito?
Esse mundo cheio de preconceito.
Quando estou só, preso na minha solidão,
Juntando pedaços de mim que caíam ao chão,
Juro que às vezes nem ao menos sei, quem sou.
Talvez eu seja um tolo,
Que acredita num sonho.
Na procura de te esquecer,
Eu fiz brotar a flor.
Para carregar junto ao peito,
E crer que esse mundo ainda tem jeito.
E como príncipe sonhador...
Sou um tolo que acredita, ainda, no amor.'

PRÍNCIPE POETA (Alexandre Lemos - APAE)
Obs.: Agradeço a minha amiga Beth que partilhou em seu blog esta poesia =))

Bj a todos!